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Planejamento

O planejamento e performance organizacional, não terão mais relação

Gostamos de planejar, porque isso nos conforta. Ter uma rota, definindo cada detalhe, prazos, valores, percentuais, recursos, entre outras atitudes, faz com que tenhamos a “ilusão”, que assim, nossas chances de sucesso, a curto ou longo prazo serão na mesma proporção, que a quantidade de tempo e análises que conseguimos fazer antes de começar. Não é isso?

Em uma análise, envolvendo 2.496 empresas, pesquisadores britânicos, descobriram que há uma pequena correção entre PLANEJAMENTO e PERFORMANCE organizacional.

Claro que se tivéssemos todo tempo do mundo, todas as informações necessárias e uma vasta experiência no assunto em específico, imagino, que um excelente plano de ação, poderia fazer maravilhas. Contudo, conversando com centenas de CEOs e acompanhando centenas de organizações, particularmente, não é isto que tenho visto acontecer. Como planejar o desconhecido?

Evidentemente, somos cobrados por tal proeza, e ao colocar inúmeros dados, estatísticas, comparativos, planilhas, engenharia reversa, média dos últimos anos, crescimento de mercado entre outras, passa a ser apenas uma forma de querer “legitimar” o plano e mostrar o quanto você trabalhou duro e agora, que está extremamente preparado para agir e trazer os resultados propostos.

Para ajudá-lo, caro leitor, vou propor algo para você:

Entre precisão ou velocidade? O que escolheria?

Sua resposta certamente será “depende”, acertei?

Na teoria do trade-off (da troca), acreditamos que é inevitável a escolha, porque as vemos em posições opostas.

Se precisamos abordar situações mais críticas, como um planejamento orçamentário, tenderemos a buscar precisão a velocidade, por exemplo. Ou estou enganado?

É aí que mora o perigo. Somos seduzidos pelo excesso de planejamento. Não com relação ao que já conseguimos prever, mas, principalmente com aquilo que NÃO conseguimos.

Neste momento do planejamento, tentaremos exaustivamente criar cenários, de todos os tipos, e variações possíveis, e lá se vai um desperdício de tempo sem tamanho, por quê? Porque frequentemente, esses cenários nunca são como planejamos. Então?

A Dra. Kathy Eisenhardt, professora da Stanford University, realizou uma pesquisa profunda com oito empresas de software, para analisar esse comportamento, como os executivos agiam frente esse trade-off e se isso, fazia alguma diferença.

Ela descobriu, após muito tempo analisando, que os executivos que tomavam decisões mais rápidas, eram os que obtinham os melhores resultados. E por mais estranho que pareça, eram os que trabalha com um volume maior de informações e de alternativas, enquanto, os mais lentos e, talvez, coincidentemente, com menor performance, justamente o oposto. Trabalhavam com menos informações e uma quantidade menor de informações.

Sei que agora, o texto, aparentemente, ficou totalmente confuso, não é? Vou explicar!

A questão, não se trata de ter mais ou menos informação, mas da qualidade da informação versus a tomada de decisões assertivas. Os executivos de ação rápida, trabalhavam com informações e dados em tempo real, sobre suas operações, clientes e concorrentes. As equipes mais lentas, gastavam muito tempo e energia imaginando possíveis cenários futuros, difíceis para não dizer, impossíveis de prever.

Posteriormente, quando comparados os resultados das empresas, aquelas que tinham uma equipe executiva mais veloz, havia obtido melhores e mais consistentes resultados em termos de volume e margem de vendas, assim como custos operacionais e consequentemente uma lucratividade maior para os acionistas.

Em resumo, os executivos com maior desempenho, relatados na pesquisa, permanecem no presente e procuram se adaptar rapidamente. Atuam com planejamentos rápidos, aprendem rápidos e mudam mais rápidos ainda.

Por isso, em momentos turbulentos, onde a regra do jogo muda todos os dias, faça isso também! Mude a cada dia se necessário.

Posso afirmar, que será menos arriscado do que se você não mudar!

Escrito por Andre Girotto

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